03 junho 2009

Riqueza e poder.

Na última eleição de 2006, a candidata a governadora Yeda Crusius e oito candidatos a deputados de seu partido, receberam juntos, como doações de campanha, um montante de R$ 494.859,50, quase meio milhão de reais, das empresas Aracruz e Votorantim Celulose e Papel. Torna-se evidente, a partir disto, a responsabilidade destes políticos com as empresas patrocinadoras de suas campanhas na defesa de seus interesses comerciais no Estado, e ainda, a relação entre poder econômico e o poder político na articulação das políticas ambientais no estado do Rio Grande do Sul.
Apesar de saberem dos grandes impactos ambientais e sociais que a monocultura e as indústrias de celulose causam, e ainda da manipulação da informação, por parte das empresas, que chega até o povo, os políticos promovem a implementação destas aqui. Sabemos que estas indústrias geram desigualdade social, tendo em vista que prejudicam os pequenos agricultores de terras vizinhas às plantações de eucalipto, ainda, os poucos empregos gerados têm baixa remuneração e as atividades são grande risco físico para os trabalhadores, entre outras incoerências.
É uma vergonha que técnicos competentes tenham sido substituídos por desconhecedores dos assuntos ambientais, técnicos antigos tenham sido afastados de seus cargos, sendo substituídos por CCs sem experiência e qualificação, estes só estão lá para servir de massa de manobra para o governo do estado e consequentemente das indústrias de eucalipto.
Há a necessidade de nos questionarmos sobre o que significa o desenvolvimento. Aparentemente, o desenvolvimento, para o governo atual, é imediatista, e em seu nome, as políticas ambientais sérias são ignoradas. Não levam em conta a destruição do bioma pampa e de sua imensa diversidade e nem a questão de que a produção de papel é poluente e deve ser diminuída. Além disso, no Brasil o consumo de papel é de 40 quilos por habitante enquanto nos Estados Unidos o consumo é de 300 quilos: então, as indústrias utilizam a nossa terra mais fértil, a nossa mão de obra barata, os incentivos fiscais e as manobras de políticos; para tornarem nosso solo infértil e inutulizável por nosso povo, desalojarem os nossos índios e pequenos agricultores acamando com suas culturas, explorarem os cidadãos trabalhadores, esgotarem a nossa àgua a ponto de ter que desviar os nossos rios para fazer hidrelétricas que supram o consumo dos parques industriais eliminando o habitat de diversas espécies de plantas e de animais, poluírem nosso ar; tudo isto para vender o produto aos grandes consumidores no exterior? Sim, 98% do produto extraído das plantações são exportados. Eles exploram o nosso país e a nossa diversidade e nós nem, ao menos, usufruiremos destes produtos? E eu nem quero! O Brasil continua sendo colônia dos países do hemisfério norte, é o quintal do “primeiro mundo”. O que será que passa na cabeça desses políticos? Talvez, pensem em enriquecer, já que o Brasil é um país emergente e, quando chegarmos a ter condições de concorrer economicamente com a China, daí sim distribuiremos a renda. Não seremos ingênuos de acreditar que os políticos pensarão um dia em distribuir renda, sabemos que não. E mesmo que pensassem, a cada ano, estamos perdendo mais de 5% do que a terra consegue repor, estamos num processo de esgotamento, daqui a uns 10 anos vamos precisar de 2 planetas Terra para suprir em recursos naturais tudo que estamos utilizando agora com este consumo exacerbado.

2 comentários:

Guilherme M. disse...

Caríssima Mocinha Braba,
EU, como parte da juventude de direita cristã, como franco defensor do Governo Yeda e PRINCIPALMENTE como amante da VERDADE, repudio toda e qualquer manifestação infundada com o intuito de desestabilizar a Gestão Administrativa do atual gover do estado do RS.



todavia, o texto tá mto bem escrito!


Estado do Rio Grande do Sul. coragem pra fazer.

José João Jesus disse...

É incrível, inadmíssivel que aqueles sem-vergonhas do pdt não assinem a cpi. Esse desgoverno é uma vergonha. Fora yeda e yedistas!