15 maio 2009

Aula da Paulina

Prometeu via os seres humanos se acabarem diariamente. Feitos da terra, dela levantavam-se, nascendo, e nela deitavam-se, morrendo; isto durava frações de segundos, comparado à vida eterna de um Deus, eram frágeis. Prometeu, sentindo pena, rouba o fogo dos Deuses para ensinar os humanos a utilizá-lo de diversas formas, comer alimentos cozidos e trabalhar os metais e o barro, tornando-os mais fortes. Zeus fica furioso com o ocorrido e, como vingança, pede a seus irmãos que levem o ladrão até o deserto onde seria acorrentado e viveria tendo seu fígado devorado diariamente por uma águia. Então, 30 mil anos depois de cumprir a pena, é solto por Hércules que passara pelo local. Zeus ainda pretendia vingar-se dos homens e ordenou que uma mulher fosse feita com a imagem semelhante a das Deusas. A mulher foi feita de barro e recebeu, de todos os Deuses e Deusas do Olimpo, diversos dons e todos os encantos: recebeu a vida e lhe foi ensinada a arte da tecelagem, recebeu a beleza, a fala graciosa, o desejo indomável, a persuasão, os encantos que seriam fatais aos indefesos homens, uma voz suave, o dom do canto e da música, embelezaram-na com lindíssimos colares de ouro, encheram seu coração de artimanhas, imprudência, curiosidade, mentira e astúcia. Recebeu então o nome de Pandora - "a que possui todos os dons". Ela foi enviada à casa de Epimeteu, irmão de Prometeu, este a recebe e percebe um jarro fechado em suas mãos. Fica com ela. Apesar de ser advertido a não receber nenhum presente dos Deuses, Pandora não lhe parecia prejudicial. Ele não abre o jarro, mas ela, em sua curiosidade resolve abrir. Dentro dele havia todos os males do mundo que acabaram por ser espalhados no exato instante. Entre os males, como a preguiça, a inveja, a ganância havia também o sexo. Nesse momento da aula os colegas, quase em coro disseram "ahh, mas pelomenos o sexo!", e a professora Paulina fez conosco uma reflexão: quando se está apaixonado, nada mais é somente nosso - fazemos as vontades do amado, comemos as mesmas coisas, vamos aos mesmos lugares, dormimos nos mesmos horários, assistimos aos mesmos filmes, mantemo-nos preocupados permanetemente - os gregos, preservavam muito sua autonomia, e estar escravizado pelo amor e pelo sexo, era uma maldição, já que isso lhes tirava tal liberdade. Refletindo...No ocidente, o amor escraviza? É possível amar e manter-se autônomo?

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