14 setembro 2009

Uma heroína e um herói.

“BRANCA: Há um mínimo de dignidade que o homem não pode negociar, nem mesmo em troca da liberdade. Nem mesmo em troca do sol.”

“BRANCA: Sabe as coisas que mais me divertem? Ler estórias e acompanhar procissão de formigas. Sério. Tanto nos livros como nas formigas a gente descobre o mundo. Quando eu era menina, conhecia todos os formigueiros do engenho. O capataz botava veneno na boca dos buracos e eu saía de noite, de panela em panela, limpando tudo. Depois ia dormir satisfeita por ter salvo milhares de vidas.”

“ZÉ-DO-BURRO: Nicolau não é um burro como os outros. É um burro com alma de gente. E faz isso por amizade, por dedicação. Eu nunca monto nele, prefiro andar a pé ou a cavalo. Mas de um modo ou de outro, ele vem atrás. Se eu entrar numa casa e me demorar duas horas, duas horas ele espera por mim, plantado na porta. Um burro desses, seu padre, não vale uma promessa?”

Branca Dias de "O Santo Inquérito" e Zé-do-Burro de "O Pagador de Promessas" personagens de Dias Gomes, gente do povo, simples mas que, acima de tudo, acredita e não desiste. Gente que luta defendendo sua verdade. Eles existem, existem sim.

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