11 agosto 2009

Acordou com ótimo humor, isso sempre acontecia depois de passar a noite lendo algo que lhe dava prazer, mas a briga com o melhor amigo fora inevitável. Luzia ficou pensativa. Ele pedira desculpas, mas o ocorrido não se apagaria, a cabeça ardia - dissera tudo? A imaginação a levaria longe, melhor seria parar de pensar. Tudo bem - Luzia respirou fundo - Até a noite restam muitas horas e elas precisam passar macias. Um telefonema, mais uma noite sozinha, a amiga que lhe faria companhia para ir ao cinema acabara de brigar com o namorado. Tudo bem - Estava acostumada e o fim do expediente se aproximava, iria, enfim, descansar. Depois de quase atropelar um cachorro, chegou em casa com o coração vazio de sempre. Faria algo simples para comer. Queria deitar-se, esquecer-se do quanto estava sozinha, esquecer-se do quanto era difícil continuar com tudo aquilo. Antes de dormir, escolheria para ler o que pudesse traduzir o que vivera hoje, assim poderia aliviar-se, e, quem sabe, acordar de bom humor.
O telefone tocou, uma amiga de longe, disse "Lú, tô grávida. Tu vai ser Dinda!"

- Cara, cara, uau!

E com essa notícia o peito de Luzia se encheu: era amor brotando. Daria amor, amor incondicional ao serzinho que chegaria logo mais. Delícia!

- Vida nova chegando! Oba, oba!

Desligou. Por alguns instantes refletiu: talvez fosse egoísta. Mas, com tranquilidade e um sorriso leve nos lábios foi dormir.

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