Eles acreditavam que não chegaríamos nunca. No entanto, nada nos deteve. Eu sei, agora a fuga não é mais o caminho. Eu sei que as fronteiras estão fechadas, que nas poucas brechas que havia, eles levantaram mastros. Eu sei. Eu sei da força, da ordem, do fuzil e da armadilha. Eu sei. Eu sei! Mas eu creio numa coisa maior! Me dizendo que a gente consegue. Não importa, não se apela aos covardes. Nem aos cansados da viagem. Somos covardes? Estamos cansados? Como contar com os outros se um a um foram massacrados? Porque então a nossa luta? A razão se esvazia e no final o silêncio prevalece? Não. Eu creio em algo maior dizendo que a gente consegue. E eu sei, a gente consegue.
Livremente inspirado na peça "Patética" de João Ribeiro Chaves Neto.
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